Afinal o que é o amor?
Amor... todos o desejamos e poucos o sabem reconhecer...
Desde criança que nos é incutido o amor da vida com um belo
príncipe/princesa.
Idealizando a pessoa certa para nós, em que cada um cria a seu
gosto uma pessoa perfeita.
Lemos histórias, vemos filmes, telenovelas, jogos, ouvimos
musicas, tudo fala de amor, de suas alegrias e tristezas, deixando-nos
desejosos de sentir essa emoção que tanto se fala.
Mas descrever o que é o amor incondicional poucos o fazem em todo
esse bolo de informação que nos é transmitido desde criança.
Ninguém nos prepara para amar ou ser amado, poucos sabem o que é...
Confundem com muita facilidade com apego, desejo, paixão, posse,
aventura, fantasia, etc.
Muitos até referem que o amor é sofrimento!
Passamos uma vida cheia de paixões, seja de adquirir algo,
concretizar projectos e paixões amorosas.
Paixões fogosas, que nos deixam a flutuar, ansiosos de estar com a
pessoa, de lhe tocar, com a sensação tão conhecida de “borboletas no estômago”,
mas será isso amor?
Ou será apenas a paixão por ser novidade, afinal passado uns
tempos, só apontam defeitos um ao outro!
Porque alguns casais namoram diversos anos e quando se casam não
aguentam o relacionamento mais de três anos?
Muitos nem a isso chegam...
Ao longo da vida vai-se tendo vários relacionamentos amorosos, será que sentiu sempre o mesmo tipo de amor por todos?
Não existe amor igual, a cada relacionamento vamos aprendendo a
criar novas ilusões de volta desse sentimento.
Somos um ser evolutivo, logo o modo como interpretamos o que
sentimos também evolui!
Quando encontramos alguém é importante termos a atenção de que
cada um tem a sua” bagagem” de experiência de vida e ama ou pensa que ama como
aprendeu a fazê-lo.
Em vez de projectarmos apenas o que desejamos nessa pessoa...
porque quando o encantamento inicial da paixão passar, fica a pessoa tal como
ela sempre foi... e é nessa altura que se percebe se o que existe é amor pelo
que ela é ou pelo que desejamos que seja...
Hoje em dia é confuso dizer que se ama, esse sentimento tão puro
está muito misturado com paixão, apego e muita ilusão...
O amor é simples, despido de todos os outros sentimentos, fica
apenas a felicidade de doar sem precisar de receber o retorno! Tão simples como
isso!
Amar: doar, partilhar, perdoar, ter compaixão, aceitar, etc. Estes
deveriam ser os sentimentos agregados ao amor, se assim fosse, nunca se poderia
dizer que amar é sofrer.
Muitos fogem de relacionamentos sérios por medo de sofrer, porque
para eles o amor traz com ele o conjunto de medos (apego, cíume, posse,
traição,etc).
Ouvem músicas que só se lamentam de amores perdidos, vêm
telenovelas e filmes onde só aparece traições, pelo meio lá aparece o casal
pefeito.
Hoje em dia observa-se alguns pais cada um em sua casa com
outro parceiro, ou parecem zombies em casa, cada um no seu canto quando não
estão a discutir por causa de dinheiros! Ou um dos pais muito cíumento a
controlar o outro e alguns até andam a saltitar por “fora” com terceiros.
Muitos pais devido à pressão incutida pela sociedade de
necessidade de bens materiais passam a vida a trabalhar, deixando pouco tempo
para os filhos, provocando carência de amor, muitas vezes sem se aperceberem,
tentando compensar com bens materiais...mas as
crianças não querem saber de bens materiais se tiverem o amor que precisam para
formar uma personalidade estável e segura!
As crianças que desejam muito os bens materiais fazem-no porque
seguem o exemplo dos pais e/ou porque são todos os dias “assaltadas” pelos
média com sua publicidade.
Já existem estudos que provam que uma criança que nasce no seio
familiar nutrido com amor tem um desenvolvimento físico, intelectual e
emocional muito mais saudável que uma criança que nasce num seio familiar onde
não existe amor.
É normal que quando chegam à adolescência e começam a
descobrir o interesse pelo sexo oposto pratiquem aquilo que vêem em casa,
nos livros, músicas e filmes/novelas, porque foi o único método de aprendizagem
de como lidar com o amor.
A própria adolescência já não é fácil, principalmente porque é a
fase que a auto-estima está muito sensível, têm borbulhas, a sociedade
impinge a perfomance de modelo ideal, etc.
E as desilusões começam... criando máscaras de defesa, formando
medos de entrega e confiança num relacionamento, começando a ponderar se existe
amor de verdade, ou se apenas se usam uns aos outros!
Porque desde criança que vai idealizando a mulher/homem perfeito e
ao logo da vida a cada desilusão amorosa vai acrescentando mais
pormenores na construção desse par perfeito, em vez de tentar amar a essência
da pessoa, permitindo que esta o surpreenda.
No dia em que uma pessoa o faça sorrir, exista cumplicidade,
confiança, companheirismo, respeito, e principalmente que ambos aceitem
como cada um é, com suas virtudes e defeitos, aí terá boas hipoteses de sentir
o amor.
Agora se houver insegurança com cíumes e apego, não respeitando o
espaço de cada um, existirá posse em vez de amor.
Quando se ama o sentimento perdão faz parte, tal como a um filho,
perante os nossos olhos será sempre o nosso/a menino/a, faça o que fizer
estaremos do seu lado a apoiar e a encaminhá-lo na jornada da vida.
Os filhos são um bom exemplo, mas mesmo no amor maternal é preciso
ter cuidado, porque o apego também existe... as famosas “mães galinhas”, depois
admiram-se de os filhos serem egocêntricos e/ou irresponsáveis, provocando que
no futuro eles procurem uma mãe/pai que cuide de tudo na vida deles, em vez de
procurarem um/a companheiro/a de vida!
O problema nos relacionamentos começa quando se procura um “amor”
por carência e não, porque duas almas se reencontram e decidem caminhar juntas
neste caminho de aprendizagem.
A forma pensamento que projectamos com o pensamento funciona como
um íman, por isso se projectamos a necessidade de um parceiro com base na nossa
necessidade de saciar uma carência, atrairemos um parceiro com carência.
Por vezes diz-se: mas eu pedi a pessoa perfeita com certas
qualidades, só que ele tem, mas também tem muitas qualidades que não gosto.
Porquê?
Porque não temos só uma ou duas qualidades, mas sim vários anos de
experiência onde fomos trabalhando imensas qualidades e criando muitos
defeitos/medos.
Podemos pedir a pessoa certa, mas é impossível só ter
as qualidades que idealizamos!
É normal sentir-se falta da “cara metade”, mas se for por carência
atrai-se parceiros carentes...
A outra metade é a nossa essência!!
Somos animal (corpo) + anjo (alma), e o que sentimos falta é a
lembrança do nosso lado angelical, onde se encontra a verdadeira felicidade.
As pessoas que amamos na vida são parceiros de caminho, parceiros
de aprendizagem.
Qual aprendizagem?
Aprender a Amar e a ser Feliz!!
Nos livros de Osho é mencionado que após o rompimento de uma
relação duradoura é aconselhável estar-se sozinho durante um ano.
E porquê?
Porque quando temos um relacionamento moldamos a nossa
personalidade ao parceiro/a, sem nos apercebermos esquecemos pequenos
pormenores nossos, esse ano será para recuperar a beleza do nosso “Eu”,
reencontrarmos com a nossa força interior, o centro de cada um, para que quando
surja um novo relacionamento estejamos “inteiros” de novo, sem espelhos do
relacionamento anterior.
Quando gostarmos de estar com o nosso “Eu” sem a carência de outra
pessoa, estamos prontos para amar.
É preciso amar-nos a nós próprios, amar a perfeição que nos foi
concedida, não precisa ser a imagem imposta pela sociedade de corpo perfeito,
porque se observarmos a moda está sempre a mudar, antes a “formas redondas”
eram bonitas, agora é ver-se os ossos salientes!
O que interessa a imagem perfeita da moda?
Somos o que somos, devemos cuidar deste corpo, porque é o nosso
veículo de manifestação na matéria, mas é amando a sua perfeição e cuidando da
sua saúde!!
Quando descobrirmos o amor por nós mesmos, estaremos a irradiar
amor e só assim reconheceremos o amor verdadeiro, sem limites ou receios!
Saberemos o nosso valor, e conseguiremos apreciar o outro do mesmo
modo!
Podemos ter alguém que nos ame muito, mas se estamos sempre a
colocar defeitos ao nosso corpo e ao que somos, a insegurança estará sempre a
impedir de receber esse amor, porque nunca vamos acreditar que amem tal
imperfeição.... aí surge o cíume porque os/as outros/as são sempre melhores que
nós!
O amor é um sentimento, não um objecto! Ele sente-se, não se apodera!
Não vê o exterior, mas a essência!!! Pois ele só reconhece aquilo
que ele próprio é! Luz, amor incondicional no seu estado mais puro!
O amor é um sentimento belo, que une as pessoas e lhes dá força
para que juntas evoluam!
Quando o casal ou amizade caminham para lados opostos, é porque já
aprenderam o que tinham a aprender uma com a outra.
A história do amor entre duas pessoas é eterno, é apenas uma doce
ilusão, tanto pode acontecer como não.
Porque não evoluímos todos ao mesmo tempo. E por vezes quem amamos
evolui mais rápido ou mais lento... e para um relacionamento dar certo ambos
devem caminhar para o mesmo lado, para que possam caminhar lado a lado e não à
frente ou atrás.
Enquanto ambos se apoiarem e caminharem juntos será mais fácil,
mas por vezes o que o outro precisa ou nós precisamos já não se encontra no
relacionamento e nessa altura é quando devemos permitir a nós ou ao outro
parceiro que seja livre de procurar o que precisa para ser feliz.
O amor é um sentimento que se transforma em muitas emoções, ao
longo dos anos num relacionamento este vai sofrendo transformações, passa de
paixão para cumplicidade, união de almas.
Quem ama de verdade aceita o outro na sua totalidade, não o quer
mudar, porque se fizer, o que deseja é uma imagem criada por si e não a pessoa
que tem à sua frente.
Podemos ajudar o outro a ser uma pessoa melhor, mas sendo o
exemplo, nunca exigindo!
Se ele/ela não mudar teremos de ver se o amor que sentimos é
verdadeiro ou se estamos apenas a projectar o que desejamos.
Quando um relacionamento termina e um dos intervientes ainda ama o
outro, provoca muito sofrimento, mas o que sofre é o apego, porque o amor é
desejar que o outro seja feliz.
E desejar ter alguém do nosso lado sem nos amar é torturar o
outro!
Quem ama só deseja o bem do outro!! Mesmo que isso nos deixe a
sofrer, porque o sofrimento é apenas o apego!
Parece injusto, mas sempre que sofrerem muito com algo que alguém
vos faz, ponham-se no papel deles e tentem entender o que os levou a fazer
isso.
Exemplo: infelizmente crianças e mesmo adultos sofrem de violência
doméstica, mas se observarem o historial de vida do agressor, este por norma
também foi vitima de algum tipo de violência e não teve ajuda de ninguém para o
superar. Não digo para aceitarmos tal atrosidade, mas se existir entendimento
do porquê de todo o enredo será mais fácil entendermos, e assim conseguir o
perdão, tanto para o agressor, como para nós mesmos.
Cada um é aquilo que aprendeu a ser, e muitos aprenderam tudo
menos a amar e a respeitar...
Não é fácil aceitar esta realidade, mas ninguém disse que viver
seria fácil!
Se observarmos o próprio parto é doloroso para a mãe e para o
bebé!
Porque haveria a vida de ser fácil? São os testes que nos tornam
fortes para podermos ajudar os outros!
O Amor Incondicional não é apenas para a nossa família, amigos e
parceiros, mas sim para com todo o mundo!!
Somos todos seres humanos em evolução!!
Cada um está no seu nível de evolução, mas todos precisamos uns
dos outros para evoluir!
Por isso porquê só ajudar os nossos filhos se os filhos dos outros
também precisam de ajuda?
Têm pais, eles que o façam! Mas quantos pais estão adormecidos
sobre o seu ego e não dão conta de que os filhos precisam de ajuda ou mesmo não
sabem como o fazer!!
Tenhamos compaixão por todos os que sofrem, quando meditarem
enviem amor para todo o planeta e para todas as pessoas/crianças/adultos/idosos
em sofrimento, e verão que todo o vosso Ser sentirá uma felicidade sem palavras
para descrever! Quanto mais amor doarmos, mais amor receberemos do Universo.
É uma prática comum no budismo e em todas as religiões, porque
apesar de cada uma querer se impor à outra, todas têm uma base em comum: amar
uns aos outros!
Pois o amor é um sentimento que se deve cuidar tal como uma flor,
que precisa de ser nutrida todos os dias, respeitando sempre o espaço do outro.
Essa nutrição é realizada pelos pequenos pormenores, pelo
sorriso, pelas palavras de apoio quando é preciso, pela preocupação do bem
estar do outro, pelo respeito de que o outro precisa, etc.
O Amor Incondicional deveria existir em todos os tipos
relacionamentos, sentir que todos somos irmãos e que tudo o que fazemos/dizemos
tem efeito sobre nós e sobre o outro.
Ninguém veio com manual de instruções de como agir perante a vida,
as pessoas e o Universo!
Se nos ajudarmos uns aos outros, nem que seja com um sorriso,
estaremos a ajudar na Paz e Felicidade mundial!
Sejamos a diferença sendo o exemplo!
O Amor está em tudo o que faz sorrir a nossa alma ... está na
essência de todos nós ... é o que somos! Uma forma de amor em aprendizagem
nesta dimensão, e cada escolha que fazemos minuto a minuto na nossa vida,
podemos contruir um amor belo a cada acção que temos para connosco, com os
outros e com o Universo!
Namastê.