domingo, 22 de julho de 2012

Afinal o que é o amor?


Amor... todos o desejamos  e poucos o sabem reconhecer...

Desde criança que nos é incutido o amor da vida com um belo príncipe/princesa.
Idealizando a pessoa certa para nós, em que cada um cria a seu gosto uma pessoa perfeita.
Lemos histórias, vemos filmes, telenovelas, jogos, ouvimos musicas, tudo fala de amor, de suas alegrias e tristezas, deixando-nos desejosos de sentir essa emoção que tanto se fala.

Mas descrever o que é o amor incondicional poucos o fazem em todo esse bolo de informação que nos é transmitido desde criança.

Ninguém nos prepara para amar ou ser amado, poucos sabem o que é...

Confundem com muita facilidade com apego, desejo, paixão, posse, aventura, fantasia, etc.
Muitos até referem que o amor é sofrimento!

Passamos uma vida cheia de paixões, seja de adquirir algo, concretizar projectos e paixões amorosas.
Paixões fogosas, que nos deixam a flutuar, ansiosos de estar com a pessoa, de lhe tocar, com a sensação tão conhecida de “borboletas no estômago”, mas será isso amor?
Ou será apenas a paixão por ser novidade, afinal passado uns tempos, só apontam defeitos um ao outro!

Porque alguns casais namoram diversos anos e quando se casam não aguentam o relacionamento mais de três anos?
Muitos nem a isso chegam...

Ao longo da vida vai-se tendo vários relacionamentos amorosos, será que sentiu sempre o mesmo tipo de amor por todos?

Não existe amor igual, a cada relacionamento vamos aprendendo a criar novas ilusões de volta desse sentimento.
Somos um ser evolutivo, logo o modo como interpretamos o que sentimos também evolui!

Quando encontramos alguém é importante termos a atenção de que cada um tem a sua” bagagem” de experiência de vida e ama ou pensa que ama como aprendeu a fazê-lo.

Em vez de projectarmos apenas o que desejamos nessa pessoa... porque quando o encantamento inicial da paixão passar, fica a pessoa tal como ela sempre foi... e é nessa altura que se percebe se o que existe é amor pelo que ela é ou pelo que desejamos que seja...

Hoje em dia é confuso dizer que se ama, esse sentimento tão puro está muito misturado com paixão, apego e muita ilusão...

O amor é simples, despido de todos os outros sentimentos, fica apenas a felicidade de doar sem precisar de receber o retorno! Tão simples como isso!

Amar: doar, partilhar, perdoar, ter compaixão, aceitar, etc. Estes deveriam ser os sentimentos agregados ao amor, se assim fosse, nunca se poderia dizer que amar é sofrer.

Muitos fogem de relacionamentos sérios por medo de sofrer, porque para eles o amor traz com ele o conjunto de medos (apego, cíume, posse, traição,etc).
Ouvem músicas que só se lamentam de amores perdidos, vêm telenovelas e filmes onde só aparece traições, pelo meio lá aparece o casal pefeito.

Hoje em dia observa-se alguns  pais cada um em sua casa com outro parceiro, ou parecem zombies em casa, cada um no seu canto quando não estão a discutir por causa de dinheiros! Ou um dos pais muito cíumento a controlar o outro e alguns até andam a saltitar por “fora” com terceiros.

Muitos pais devido à pressão incutida pela sociedade de necessidade de bens materiais passam a vida a trabalhar, deixando pouco tempo para os filhos, provocando carência de amor, muitas vezes sem se aperceberem, tentando compensar com bens materiais...mas as crianças não querem saber de bens materiais se tiverem o amor que precisam para formar uma personalidade estável e segura!

As crianças que desejam muito os bens materiais fazem-no porque seguem o exemplo dos pais e/ou porque são todos os dias “assaltadas” pelos média com sua publicidade.

Já existem estudos que provam que uma criança que nasce no seio familiar nutrido com amor tem um desenvolvimento físico, intelectual e emocional muito mais saudável que uma criança que nasce num seio familiar onde não existe amor.

É normal que quando chegam à adolescência e começam a  descobrir o interesse pelo sexo oposto pratiquem aquilo que vêem em casa, nos livros, músicas e filmes/novelas, porque foi o único método de aprendizagem de como lidar com o amor.

A própria adolescência já não é fácil, principalmente porque é a fase que a auto-estima  está muito sensível, têm borbulhas, a sociedade impinge a perfomance de modelo ideal, etc.
E as desilusões começam... criando máscaras de defesa, formando medos de entrega e confiança num relacionamento, começando a ponderar se existe amor de verdade, ou se apenas se usam uns aos outros!
Porque desde criança que vai idealizando a mulher/homem perfeito e ao logo da vida a  cada desilusão amorosa vai acrescentando mais pormenores na construção desse par perfeito, em vez de tentar amar a essência da pessoa, permitindo que esta o surpreenda.

No dia em que uma pessoa o faça sorrir, exista cumplicidade, confiança, companheirismo, respeito,  e principalmente que ambos aceitem como cada um é, com suas virtudes e defeitos, aí terá boas hipoteses de sentir o amor.

Agora se houver insegurança com cíumes e apego, não respeitando o espaço de cada um, existirá posse em vez de amor.

Quando se ama o sentimento perdão faz parte, tal como a um filho, perante os nossos olhos será sempre o nosso/a menino/a, faça o que fizer estaremos do seu lado a apoiar e a encaminhá-lo na jornada da vida.
Os filhos são um bom exemplo, mas mesmo no amor maternal é preciso ter cuidado, porque o apego também existe... as famosas “mães galinhas”, depois admiram-se de os filhos serem egocêntricos e/ou irresponsáveis, provocando que no futuro eles procurem uma mãe/pai que cuide de tudo na vida deles, em vez de procurarem um/a companheiro/a de vida!

O problema nos relacionamentos começa quando se procura um “amor” por carência e não, porque duas almas se reencontram e decidem caminhar juntas neste caminho de aprendizagem.

A forma pensamento que projectamos com o pensamento funciona como um íman, por isso se projectamos a necessidade de um parceiro com base na nossa necessidade de saciar uma carência, atrairemos um parceiro com carência.

Por vezes diz-se: mas eu pedi a pessoa perfeita com certas qualidades, só que ele tem, mas também tem muitas qualidades que não gosto.

Porquê?

Porque não temos só uma ou duas qualidades, mas sim vários anos de experiência onde fomos trabalhando imensas qualidades e criando muitos defeitos/medos.

Podemos pedir a pessoa certa, mas é impossível só ter as qualidades que idealizamos!

É normal sentir-se falta da “cara metade”, mas se for por carência atrai-se parceiros carentes...

A outra metade é a nossa essência!!

Somos animal (corpo) + anjo (alma), e o que sentimos falta é a lembrança do nosso lado angelical, onde se encontra a verdadeira felicidade.

As pessoas que amamos na vida são parceiros de caminho, parceiros de aprendizagem.

Qual aprendizagem?

Aprender a Amar e a ser Feliz!!

Nos livros de Osho é mencionado que após o rompimento de uma relação duradoura é aconselhável estar-se sozinho durante um ano.
E porquê?
Porque quando temos um relacionamento moldamos a nossa personalidade ao parceiro/a, sem nos apercebermos esquecemos pequenos pormenores nossos, esse ano será para recuperar a beleza do nosso “Eu”, reencontrarmos com a nossa força interior, o centro de cada um, para que quando surja um novo relacionamento estejamos “inteiros” de novo, sem espelhos do relacionamento anterior.

Quando gostarmos de estar com o nosso “Eu” sem a carência de outra pessoa, estamos prontos para amar.

É preciso amar-nos a nós próprios, amar a perfeição que nos foi concedida, não precisa ser a imagem imposta pela sociedade de corpo perfeito, porque se observarmos a moda está sempre a mudar, antes a “formas redondas” eram bonitas, agora é ver-se os ossos salientes!
O que interessa a imagem perfeita da moda?
Somos o que somos, devemos cuidar deste corpo, porque é o nosso veículo de manifestação na matéria, mas é amando a sua perfeição e cuidando da sua saúde!!

Quando descobrirmos o amor por nós mesmos, estaremos a irradiar amor e só assim reconheceremos o amor verdadeiro, sem limites ou receios!
Saberemos o nosso valor, e conseguiremos apreciar o outro do mesmo modo!

Podemos ter alguém que nos ame muito, mas se estamos sempre a colocar defeitos ao nosso corpo e ao que somos, a insegurança estará sempre a impedir de receber esse amor, porque nunca vamos acreditar que amem tal imperfeição.... aí surge o cíume porque os/as outros/as são sempre melhores que nós!

O amor é um sentimento, não um objecto! Ele sente-se, não se apodera!

Não vê o exterior, mas a essência!!! Pois ele só reconhece aquilo que ele próprio é! Luz, amor incondicional no seu estado mais puro!
O amor é um sentimento belo, que une as pessoas e lhes dá força para que juntas evoluam!

Quando o casal ou amizade caminham para lados opostos, é porque já aprenderam o que tinham a aprender uma com a outra.
A história do amor entre duas pessoas é eterno, é apenas uma doce ilusão, tanto pode acontecer como não.

Porque não evoluímos todos ao mesmo tempo. E por vezes quem amamos evolui mais rápido ou mais lento... e para um relacionamento dar certo ambos devem caminhar para o mesmo lado, para que possam caminhar lado a lado e não à frente ou atrás.
Enquanto ambos se apoiarem e caminharem juntos será mais fácil, mas por vezes o que o outro precisa ou nós precisamos já não se encontra no relacionamento e nessa altura é quando devemos permitir a nós ou ao outro parceiro que seja livre de procurar o que precisa para ser feliz.

O amor é um sentimento que se transforma em muitas emoções, ao longo dos anos num relacionamento este vai sofrendo transformações, passa de paixão para cumplicidade, união de almas.

Quem ama de verdade aceita o outro na sua totalidade, não o quer mudar, porque se fizer, o que deseja é uma imagem criada por si e não a pessoa que tem à sua frente.

Podemos ajudar o outro a ser uma pessoa melhor, mas sendo o exemplo, nunca exigindo!
Se ele/ela não mudar teremos de ver se o amor que sentimos é verdadeiro ou se estamos apenas a projectar o que desejamos.

Quando um relacionamento termina e um dos intervientes ainda ama o outro, provoca muito sofrimento, mas o que sofre é o apego, porque o amor é desejar que o outro seja feliz.
E desejar ter alguém do nosso lado sem nos amar é torturar o outro!
Quem ama só deseja o bem do outro!! Mesmo que isso nos deixe a sofrer, porque o sofrimento é apenas o apego!

Parece injusto, mas sempre que sofrerem muito com algo que alguém vos faz, ponham-se no papel deles e tentem entender o que os levou a fazer isso.

Exemplo: infelizmente crianças e mesmo adultos sofrem de violência doméstica, mas se observarem o historial de vida do agressor, este por norma também foi vitima de algum tipo de violência e não teve ajuda de ninguém para o superar. Não digo para aceitarmos tal atrosidade, mas se existir entendimento do porquê de todo o enredo será mais fácil entendermos, e assim conseguir o perdão, tanto para o agressor, como para nós mesmos.

Cada um é aquilo que aprendeu a ser, e muitos aprenderam tudo menos a amar e a respeitar...

Não é fácil aceitar esta realidade, mas ninguém disse que viver seria fácil!

Se observarmos o próprio parto é doloroso para a mãe e para o bebé!

Porque haveria a vida de ser fácil? São os testes que nos tornam fortes para podermos ajudar os outros!

O Amor Incondicional não é apenas para a nossa família, amigos e parceiros, mas sim para com todo o mundo!!
Somos todos seres humanos em evolução!!

Cada um está no seu nível de evolução, mas todos precisamos uns dos outros para evoluir!
Por isso porquê só ajudar os nossos filhos se os filhos dos outros também precisam de ajuda?
Têm pais, eles que o façam! Mas quantos pais estão adormecidos sobre o seu ego e não dão conta de que os filhos precisam de ajuda ou mesmo não sabem como o fazer!!

Tenhamos compaixão por todos os que sofrem, quando meditarem enviem amor para todo o planeta e para todas as pessoas/crianças/adultos/idosos em sofrimento, e verão que todo o vosso Ser sentirá uma felicidade sem palavras para descrever! Quanto mais amor doarmos, mais amor receberemos do Universo.

É uma prática comum no budismo e em todas as religiões, porque apesar de cada uma querer se impor à outra, todas têm uma base em comum: amar uns aos outros!
Pois o amor é um sentimento que se deve cuidar tal como uma flor, que precisa de ser nutrida todos os dias, respeitando sempre o espaço do outro.

Essa nutrição é realizada pelos pequenos pormenores, pelo sorriso, pelas palavras de apoio quando é preciso, pela preocupação do bem estar do outro, pelo respeito de que o outro precisa, etc.

O Amor Incondicional deveria existir em todos os tipos relacionamentos, sentir que todos somos irmãos e que tudo o que fazemos/dizemos tem efeito sobre nós e sobre o outro.

Ninguém veio com manual de instruções de como agir perante a vida, as pessoas e o Universo!

Se nos ajudarmos uns aos outros, nem que seja com um sorriso, estaremos a ajudar na Paz e Felicidade mundial!

Sejamos a diferença sendo o exemplo!

O Amor está em tudo o que faz sorrir a nossa alma ... está na essência de todos nós ... é o que somos! Uma forma de amor em aprendizagem nesta dimensão, e cada escolha que fazemos minuto a minuto na nossa vida, podemos contruir um amor belo a cada acção que temos para connosco, com os outros e com o Universo!

Namastê.






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